domingo, 25 de outubro de 2009


/“Eu te amo”/

O que as pessoas realmente querem dizer quando dizem “eu te amo?”
Tenho visto cada barbaridade feita em nome do amor que às vezes me pergunto se o amor realmente habita o coração dos homens, se é um sentimento intrínseco a sua essência ou se é um sentimento adquirido de acordo com a vivência de cada um.
Há os que amam e morrem de amor, há os que matam por amor, há aqueles que se humilham e humilha o outro por amor, há o amor cobrança, o amor objeto, o amor mendigo, o amor posse, o amor ciúme, o amor que faz do ente amado um prisioneiro, um animal doméstico e adestrado, há até o amor ódio!
E toda essa forma distorcida do amor provém de um único sentimento que é o medo. O único sentimento oposto ao amor é o medo, o medo da entrega, o medo de ser total.
Muitos já perderam a cabeça por causa do amor, muitos já tentaram explicar o amor, mas ninguém entende que o amor não tem explicação porque não é um produto mental, mas algo sublime no coração de cada um que deve ser apenas sentido e não compreendido...
O amor é essa vibração (quase que musical) no coração e quando você se dá conta todo o seu ser está vibrando na mesma sintonia do Universo e tudo se afina e vira uma grande sinfonia...
A maioria das pessoas que diz “eu te amo” o faz da boca pra fora, a vibração está apenas nas cordas vocais, e na verdade um “eu te amo” não passa de uma tentativa de suborno para se conseguir um algo mais a nível de carne, a nível de coisas, a nível material...
Dizer “eu te amo” tem que ser com todo o seu ser, com toda sua essência, para em algo crer e saber do que viver.
O amor é o sentimento que rege o mundo.
Sem o amor nada existiria, porque tudo o que existe partiu de um ato de amor.
Nenhuma folha cai de uma árvore sem que seja preciso um ato de amor às primaveras.

Nenhum rio encontra o oceano sem que seja preciso um ato de amor de entrega total...
Tudo existe em nome do amor!
O amor não pode ser adquirido, está na pele, no sangue, na seiva, na chuva e em tudo o que nos rodeia.
O amor pode ser esquecido, empoeirado no fundo de um baú, mas ele sempre estará lá...como a magia que nunca se perde.
O amor está na terra e a magia está no ar... e é com uma grande alquimia que ambos se fundem e nos permitem viver com plenitude e serenidade a vida nossa de cada dia.
Amor não se compra, não se vende, nem se ganha de presente...
Aprenda a achar a fonte escondida dentro de você e se prenda a ela, se prenda a todo o amor que houver nesta vida, se prenda a toda a liberdade de amar sem medida, se permita sentir, sentir vontade de ser, vontade de se apaixonar, vontade de se entregar ...
Só assim viverá um grande amor!
Só assim viverá um amor vida, um amor paz, um amor sublimação, um amor cúmplice, um amor total, puro e sem medo.
Só o medo é capaz de destruir o amor, só o medo, nada mais.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009


/Escapade/
Pra onde você pode escapar de si mesma?
Só encontro a paz quando estou confusa...
O mundo me grita do lado de fora e eu não sei o que dizer...
Dizer que o amor é a revolução e isso é tudo que sei?
Eu não pertenço a esse lugar...
As estrelas estão caindo por falta de sustentação,
E eu que roubei um mapa dourado...indecifrável...
Procuro agora a rota invisível.
O infinito é meu lar...
Só sol, sou soul.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009


/Elemento AR/
Esculpida no sopro da vida,
Sou feita de ar...
Posso ser brisa leve passando de mansinho...
Ou vento forte revelando seus mistérios insuspeitados.
Gosto de brincar com a impermanência das coisas,
Parar a beleza da vida por poucos instantes.
Que perigo pode existir quando nem pensamos nele?
Tenho um pequeno mundo só para mim...
Meu próprio sol, lua e estrelas,
Movimentos planetários...
Metamorfoses e estações...
Meu horizonte é feito de uma corda de violão,
E há algo de cósmico nisso tudo.
Há algo de cósmico que eu não posso parar...

domingo, 18 de outubro de 2009


/...Correndo Riscos.../
A vida é feita de riscos corridos,
Riscos vividos,
Riscos num pedaço de papel...
Sinto esse correr riscos pulsar nas minhas, nas suas artérias...
Corremos o risco de nos apaixonar a qualquer instante por uma alma, um livro, um disco, um paraíso perdido...
Corremos o risco de cometer os 7 pecados capitais e nos perder no olho do furacão.
Corremos o risco de viver tempo demais e ver indo embora todos aqueles que amamos, ou viver tempo de menos e não deixar sequer um rastro que possa ser lembrado...
Corremos o risco de caminhar e não chegar a lugar algum.
Corremos o risco de andar de peito aberto e ser metralhado por uma chuva de estrelas.
Corremos o risco de deixar nosso casulo pra trás e sair borboleteando por aí só pra ver no que vai dar...
Corremos o risco silencioso das flores, o risco da dança secreta do fogo, das conspirações do ar, da estabilidade e imutabilidade dos grãos de areia...
Corremos o risco de ser água e inundar todo nosso ser de mar.
Corremos este risco de 4 elementos, de 7 notas musicais, e da divina Trindade... Corremos o risco de descolorir, de pular de ponta e bater com a cabeça no fundo. Corremos riscos!
... Porque a vida é feita de riscos corridos,
Riscos vividos,
Riscos num pedacinho de papel...
Eu corro riscos amarelos e vermelhos... e também corro o risco de me encontrar e te perder ...ou te encontrar e me perder de vez em você!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

/As deep as the ocean/
A quem irei contar meus segredos mais secretos?
Ao mar para que depois devolva em espumas à areia?
Aos céus para se fazer em pedaços e cair como chuva?
Tão profundo quanto o oceano...
O silêncio me pertence.
Há um grande sol queimando todas as circunstancias...
Palavras soltas, vagando entre suas mutações...
Caminho mais do que preciso...
E perco-me muitas vezes nesse caminhar.
Assim como me perco entre horizontes e abismos,
Faço meus registros imprecisos...
Não por conveniência, mas pela sensação do inacabado...
...da imperfeição...
Sigo na contra mão da vida
Sempre... sem parar.